quinta-feira, 10 de julho de 2008

Segundo Dia da IV SUA - Panorama do Audiovisual Brasileiro

A IV SUA, na noite de terça-feira, tomou o auditório do Instituto de Artes para a exibição de cinco curtas-metragens nacionais.

“Ismar” de Gustavo Beck, arrancou risos e estabeleceu conexão com a platéia ao misturar cenas de arquivo televisivas do personagem que dá nome ao filme aos seus devaneios contemporâneos.
“Saliva”, de Esmir Filho, comprovou o sucesso de sua aventura infanto-juvenil em busca (ou em fuga) do primeiro beijo. “Pixinguinha e a velha guarda do samba”, de Ricardo Dias e Thomaz Farkas, revela­­­­ o raro registro de uma apresentação do músico numa tarde no Parque do Ibirapuera.
A programação também abriu espaço à “Mostra Sanca, Mostra” organizada pelos alunos da UFSCar ao exibir o curta universitário “Em Flor”, de Hiro Ishikawa e Marcos Piovesan. Para finalizar, o filme de Ian SBF, “O Lobinho nunca mente” conquistou a platéia com seu discurso cínico e sua decupagem irônica.

Já com as luzes acesas para o debate, subiram ao palco William Hinestrosa, organizador dos programas brasileiros do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo; Cléber Eduardo, crítico de cinema, Brisa de Queiroz e Carlos Magalhães, representantes da “Mostra Sanca, Mostra” e Hermes Renato Hildebrandt, professor do curso de Midialogia – Unicamp.

William questionou o papel da Universidade na criação do audiovisual bem como incitou o público a relativizar, dentro de um cenário de “explosão” de produção, o que se produz com o que se quer dizer, a fim de visionar novos horizontes de visibilidade para essas obras.

Cléber Eduardo analisou curta a curta e fez da crítica um espaço de proposição de desafios à expressão estética, em um exercício de tentar compreender quais são as relações possíveis apresentadas por essas criações e que estão presentes na contemporaneidade. Também discutiu as proposições e o alcance das produções universitárias, que segundo ele, estão mais abundantes e sofisticadas. Ainda assim, criticou a falta de um sistema de comunicação entre as faculdades de audiovisual que permitisse uma troca constante deste material.

Os jovens organizadores da mostra de São Carlos apresentaram seu desafio de construir um pólo de exibição de cinema na cidade, através de festivais, apresentações públicas de filmes, restauração de obras, criação sobre material de arquivo e principalmente através da atividade cineclubista.

Apesar da variedade de temáticas apresentada durante o bate-papo, a tônica acabou sendo a relação do Ensino Superior de Audiovisual com a produção de curtas-metragens. Nada mais propício para uma mostra de cinema organizada por um evento universitário.

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